A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira 4, a segunda fase da operação Yoasi, que investiga a lavagem de recursos e o desvio de medicamentos destinados ao povo Yanomami. São cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Boa Vista, em Roraima. A primeira fase ocorreu em novembro de 2022.
Os suspeitos são empresários e servidores do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami, órgão do Ministério da Saúde especializado em saúde da população indígena, que investiram quantias suspeitas em empresas na tentativa de lavarem o dinheiro.
O desvio de remédios ocorreu em 2022, na gestão passada. De acordo com a PF, em nota, o esquema teria deixado mais de 10.000 crianças Yanomamis desassistidas. Apenas 30% dos medicamentos adquiridos pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y) foi, de fato, entregue, mostra a investigação.
Um dos alvos de busca apreensão foi preso na Operação Hipóxia, que investigou em setembro o superfaturamento de cilindros de oxigênio destinados aos Yanomami. Ele é suspeito de ter repassado 4 milhões de reais para uma das empresas investigadas.
Desde janeiro, o território Yanomami é assistido pelo governo para conter a grave crise humanitária gerada pela pandemia e pela desassistência sistemática durante os quatro anos de governo Bolsonaro. Além da emergência sanitária, o território enfrentou uma intensa invasão de garimpeiros e do crime organizado.