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Laboratório identifica sangue raro pela 1ª vez no Piauí; paciente é uma mulher indígena

Laboratório identifica sangue raro pela 1ª vez no Piauí; paciente é uma mulher indígena — Foto: Divulgação /Hemopi

O laboratório de imuno-hematologia do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) identificou um fenótipo raro e que ainda não havia sido catalogado no estado. O sangue é de uma mulher indígena que está internada em um hospital da rede pública em Teresina.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi), o sangue raro foi descoberto após a paciente precisar de uma transfusão sanguínea. Ao analisar a amostra dela, a equipe do laboratório foi surpreendida com a presença do anticorpo raríssimo, conhecido como Anti-Dib.

Esse anticorpo é prevalente em países como China, Japão ou nas populações indígenas sul-americanas. A chance de encontrar um doador compatível é de 1% na população-geral.

“Realizamos esforços para encontrar doadores e tivemos sucesso de encontrar na família da paciente, dois doadores compatíveis. A família reside em comunidades indígenas localizadas em Barra do Corda, no Maranhão”, informou o supervisor do laboratório, Pedro Afonso Sousa.

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (Hemomar) foi responsável por coletar as amostras dos irmãos da paciente e os testes feitos pelo Hemopi confirmaram a compatibilidade. O irmão mais velho da mulher, por já ter 68 anos e algumas comorbidades, não pôde fazer a doação. Então, a irmã da paciente, uma mulher de 55 anos, realizou a doação.

De acordo com Pedro Afonso Sousa, no Brasil, apenas 10 doadores são compatíveis com essa paciente, sendo dois localizados na região Nordeste, sete na região Sudeste e um na região Sul do Brasil.

“O sangue da paciente é raríssimo, porque além dela não possuir o antígeno Dib, ela desenvolveu um anticorpo contra ele, o Anti-Dib. Apenas 1% da população indígena de origem sul-americana tem o sangue igual ao dela”, explicou o supervisor do laboratório de Imuno-Hematologia do Paciente do Hemopi.

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