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Aliança inédita: organizações indígenas lançam G9 para proteger Amazônia e clima

Líderes indígenas reunidos em Cali para o lançamento do G9 Indígena da Amazônia. Fernando Morales/350.org

Durante a COP16, realizada em Cali, Colômbia, organizações indígenas de nove países amazônicos formaram uma aliança inédita, chamada G9 da Amazônia Indígena, para defender a floresta, os povos tradicionais, a biodiversidade e o clima global. Essa coalizão visa fortalecer as demandas comuns dos povos indígenas e aumentar a pressão sobre governos por ações climáticas efetivas.

O G9 é uma estrutura horizontal, sem grupos de direção ou sede, onde todas as organizações participantes têm igual peso nas decisões, que são tomadas por consenso. A aliança inclui representantes da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.

A primeira reivindicação do G9 é o reconhecimento dos povos indígenas como autoridades morais na conservação dos biomas, fundamentando-se na falha dos governos em cumprir compromissos climáticos. Os povos indígenas, com seus conhecimentos tradicionais, têm sido os melhores gestores territoriais, preservando cerca de 80% da floresta amazônica, vital para a biodiversidade e o clima global.

As principais áreas de atuação do G9 incluem a conservação da biodiversidade, direitos territoriais, financiamento direto para projetos autônomos e proteção de povos indígenas em isolamento. A declaração inaugural da aliança, lida durante o evento, reflete esses princípios e prioridades, buscando fortalecer a voz dos povos indígenas nas negociações internacionais.

“Sem a nossa participação ativa, qualquer diálogo sobre biodiversidade e ação climática é infundado, uma vez que a nossa relação com o território tem mantido a vida na Amazônia.”
— Trecho da Declaração do G9 da Amazônia Indígena na COP16.

Na carta, a aliança exige a implementação de mecanismos de financiamento direto para fortalecer a autoridade e governança indígena, eliminando intermediários que não reconhecem esses direitos. Além disso, pede a inclusão das perspectivas indígenas e conhecimentos na formulação de políticas e a criação de um Órgão Subsidiário que reconheça essas contribuições para os objetivos da Convenção sobre a Diversidade Biológica.

Com a iniciativa, as organizações esperam garantir os direitos dos povos indígenas e a proteção de seus territórios, aumentando a pressão sobre os governos para que adotem medidas que respeitem suas demandas e a conservação ambiental.

Fazem parte da aliança as seguintes organizações:

Confederación de Naciones y Pueblos Indígenas del Chaco, Oriente y Amazonía de Bolivia (CIDOB, da Bolívia)

Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB, do Brasil)

Organización Nacional de los Pueblos Indígenas de la Amazonía Colombiana (OPIAC, da Colômbia)

Confederación de Nacionalidades Indígenas de la Amazonía Ecuatoriana (CONFENIAE, do Equador)

Asociación de Pueblos Ameríndios de Guyana (APA, Guiana),

Federación de Organizaciones Amerindias de Guyana Francesa (FOAG, da Guiana Francesa)

Asociación Interétnica de Desarrollo de la Selva Peruana (AIDESEP, do Peru)

Organización de los Pueblos Indígenas de Surinam (OIS, do Suriname)

Organización Regional de Pueblos Indígenas de Amazonas (ORPIA, da Venezuela)

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