Após a oração à Lua pra levantar a aldeia, “Levanta essa aldeia, Levanta, com a força de Deus”, na porta da igreja de nossa senhora da escada, os Tupinambá, juntamente com parentes de outros povos indígenas, indigenistas e estudantes de vários cantos do nosso país pisam em marcha de Olivença ao Cururupe, com trajes, pinturas e ao som do maracá, afirmando a resistência de séculos : “Vamos todos nessa marcha pra lembrar o que passou” .
A caminhada em memória ao sangue derramado dos nossos ancestrais e às lutas de todos os séculos de resistência já acontece há 23 anos, sempre no último domingo de setembro. Esse ano, portanto, no dia 24 de setembro, realiza-se a XXIII Caminhada em Memória dos Mártires do Rio Cururupe.
O massacre do Rio Cururupe, as revoltas do Caboclo Marcelino nas décadas de 1920 e 1930, somados aos ‘massacres’ que vivenciamos no dia a dia como indígenas , nos fazem caminhar em pleno sol, por quase seis quilômetros, para mostrar ao mundo que estamos aqui e que, apesar de todas as formas de genocídio e violências, resistimos e vamos continuar, “a nossa luta é muito grande, mas nós lutamos por precisão”.
Fonte: Professora Marcineia de Almeida Tupinambá
