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PF prende marido e filho de vereadora por atentado contra indígenas e servidor da FUNAI na Terra Uru-Eu-Wau-Wau

Divulgação PF e reprodução redes sociais via O Globo

A Polícia Federal (PF) prendeu na última 5ª feira (18/7) dois suspeitos de uma tentativa de homicídio contra o servidor da FUNAI Fabrício Amorim e dois indígenas da etnia Jupau na Terra Uru-Eu-Wau-Wau. Os suspeitos são o marido e o filho de uma vereadora de Seringueiras (RO), local do atentado.

O ataque ocorreu no dia 3 de julho, quando Amorim e dois colaboradores indígenas da Frente de Proteção Etnoambiental flagraram uma tentativa de invasão ao território. Os invasores responderam a tiros. Por sorte ninguém foi atingido.

Um dos presos é Edmilson Vitor da Silva, mais conhecido como “Buguelo”, marido da vereadora Solange Emílio (PSD), de Seringueiras. O outro suspeito preso pela PF é o filho mais velho do casal, cujo nome não foi divulgado. Além da tentativa de homicídio qualificado, os suspeitos também são investigados pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.

“Estamos nos sentindo ameaçados e denunciamos esses crimes há bastante tempo. Não é de agora que os invasores estão nos ameaçando de morte, mesmo junto a agentes da FUNAI. Precisamos que os órgãos tomem providências e a Força Nacional permaneça para fortalecer a segurança”, afirmou uma liderança do Povo Uru-Eu-Wau-Wau ao jornal O Globo. O g1 também repercutiu a notícia.

Os atentados a indígenas e servidores da FUNAI estão sendo mais frequentes nos últimos meses, reflexo da insegurança jurídica causada pela aprovação do marco temporal para demarcação de territórios indígenas pelo Congresso Nacional, à revelia do Supremo Tribunal Federal.

Como destacou ((o)) eco, só na última semana, foram registrados ataques contra indígenas em três estados: Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Os atentados atingiram as comunidades Pekuruty, do povo Guarani Mbya (RS); Guarani Kaiowá do tekoha Kunumi Vera, na TI Dourados-Amambaipeguá I (MS); Avá-Guarani do tekoha Tatury, na TI Guasu Guavirá (PR); Fág Nor, do povo Kaingang (RS); e no território Panambi-Lagoa Rica (MS).

“Apesar de serem Povos e localidades distintas, as comunidades sob ataque possuem algo em comum: nenhuma delas tem seu processo de demarcação concluído”, observou o Conselho Indigenista Missionário (CIMI). “Sentindo-se legitimados pela vigência de uma lei inconstitucional, os ruralistas têm atacado aos olhos de todos, à luz do dia ou na calada da noite, em qualquer tempo, sempre com certeza de impunidade”.

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