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No Vale do Javari, seca causa doenças e impede circulação entre aldeias

Imagem: PRF/Divulgação

Depois dos grileiros, agora é a seca extrema na Amazônia que ameaça a Terra Indígena do Vale do Javari, no Amazonas. A estiagem esvaziou rios próximos à TI e já impede a circulação normal entre as 74 aldeias. Além disso, os indígenas estão adoecendo pela falta de acesso à água potável e ficam sem atendimento, uma vez que dependem do transporte fluvial.

O alerta foi dado na 4ª feira (2/10) pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA), informam Agência Brasil, O Globo, Veja e Revista Cenarium. Em nota, a entidade pede providências ao governo federal, que teria falhado em apresentar uma resposta para os problemas agora encarados na região.

Faltam alimentos, gasolina, remédio e insumos para o atendimento médico no Vale do Javari, contou Beto Marubo, um dos líderes da UNIVAJA, à Míriam Leitão n’O Globo. Com a seca, os barcos que transportariam esses insumos estão encalhados. A equipe médica que atende os Povos Indígenas já está há 120 dias sem perspectiva de rendição. Além disso, os doentes que precisariam de remoção não conseguem ser deslocados, e duas crianças já morreram.

Os indígenas pedem ao governo apoio por meio de recursos aéreos, como o conserto da única aeronave que atendia a TI e se encontra parada na Aldeia do Lobo devido a problemas técnicos. Pedem também a disponibilização de aeronaves com maior capacidade de carga e passageiros para a substituição das equipes de saúde no território, assim como a entrega de remédios e insumos para o trabalho desses profissionais.

“O nível de preocupação é alto, pois a UNIVAJA, até o momento, não identificou junto às instituições de atenção aos Povos Indígenas uma resposta adequada para as dificuldades – que põem em risco a vida dessas populações e sua cultura ancestral, atingindo de maneira mais direta indígenas que necessitam de atendimento médico”, acrescenta a entidade.

Em tempo: O Ministério Público Federal (MPF) entrou com um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na 3ª feira (1/10) para que Oseney da Costa Oliveira, um dos acusados de assassinar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips na TI do Vale do Javari em junho de 2022, vá a júri popular. Os outros réus pelo assassinato, Amarildo da Costa Oliveira (irmão de Oseney) e Jefferson da Silva Lima, serão submetidos ao Tribunal do Júri. Em 17 de setembro, ao analisar a defesa dos acusados, a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) rejeitou a sentença de pronúncia contra Oseney, por falta de provas. O MPF argumenta que “há suficiência de elementos probatórios indicativos da participação de Oseney no crime” e afirma que os três réus devem ser julgados por duplo homicídio qualificado, informam Brasil de Fato, Poder 360, SBT, CNN, Agência Brasil, Carta Capital e Metrópoles.

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