Uma ação de caráter emergencial coordenada pelo Ministério da Defesa visa distribuir, nos próximos dois meses, 15.000 cestas de alimentos a comunidades indígenas na região do território Yanomami.
Apelidada de ‘Operação Catrimani’, palavra que dá nome a um dos rios mais poluídos por mercúrio da reserva, a ação conta com apoio do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), que disponibilizou duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para fazer a distribuição dos alimentos.
Uma das aeronaves está localizada em Manaus (AM) e a outra em Campo Grande (MS). Cada uma é capaz de levar cerca de 140 cestas por voo.
Na última sexta-feira (19), as primeiras 600 cestas entregues pela FUNAI chegaram à Base Aérea de Boa Vista, na capital de Roraima. De lá, os aviões da FAB transportaram os alimentos para a área indígena de Surucucu, de onde as cestas serão distribuídas com apoio de helicópteros das Forças Armadas.
Segundo a Força Aérea, a previsão é de que cerca de 300 cestas sejam distribuídas por dia, na base de apoio de Surucucu.
Monitoramento do garimpo ilegal
Ao longo de 2023, o monitoramento da região foi reforçado, especialmente o espaço aéreo. Através da ativação da Zona de Identificação da Defesa Aérea (ZIDA), que cobre toda a Terra Indígena Yanomami, a repressão ao garimpo ilegal se intensificou.
Na última segunda-feira (22), a Polícia Federal, com apoio da FAB, inutilizou uma aeronave usada pelo garimpo ilegal na região. A ação fez parte da Operação Libertação, que recolhe ou inutiliza materiais utilizados na logística ou segurança dos garimpeiros ilegais.
O Coronel Aviador Leonardo Venancio Mangrich, do Centro Conjunto de Operações Aeroespaciais (CCOA) do COMAE, destacou o tamanho da área e o funcionamento das operações no território Yanomami. “Trata-se de um cenário dinâmico e de operação complexa, à luz das legislações e protocolos em vigor, em uma área correspondente ao tamanho de Portugal”.