A exposição Maxita Yano, Casa de Terra, marca a reabertura da Galeria da fotógrafa Cláudia Andujar, no museu de Inhotim, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A mostra reúne trabalhos que tratam de temas como o ativismo e a luta indígenas, o debate sobre imagem e fotografia e as alianças entre diferentes povos.
Nascida na Suíça, em 1931, Cláudia é um dos principais expoentes da fotografia da sua geração e uma das das vozes mais ativas na defesa dos direitos Yanomami, um dos maiores povos indígenas da floresta Amazônica, com população de 27 mil pessoas, segundo o governo federal. A comunidade sofre com o avanço do garimpo ilegal sobre suas terras.
A mostra é organizada em núcleos temáticos que convidam o público a se aprofundar na obra de Andujar e a conhecer detalhes da produção artística e do engajamento dela na luta indígena. Além das fotografias, o novo acervo também conta com trabalhos em audiovisual produzido por 22 artistas indígenas da América do Sul. Em uma das salas, os próprios Yanomami fazem a curadoria das obras, conforme explica a curadora e coordenadora do Inhotim, Beatriz Lemos.
‘Em comunhão com esses diálogos entre Cláudia Andujar e esses artistas de comunidade, também temos uma sala especial, que chama Sala Hutukara, que é uma sala com curadoria da Associação Hutukara Yanomami, que é uma associação muito importante na luta de território Yanomami. É presidida, dirigida por indígenas Yanomami, e eles assinaram a curadoria e trouxeram uma apresentação de arte contemporânea Yanomami hoje, que são os desenhos, uma série de desenhos que pertencem ao acervo Inhotim, inclusive, e um conjunto de vídeos, então também temos apresentação de vídeos, de filmes de artistas e anomami que estão mais voltados para o cinema também’.
Entre os artistas que integram a exposição, estão indígenas brasileiros e da Bolívia, Peru e Paraguai.
Além da exposição Maxita Yano, Inhotim recebe outras novidades neste ano. O destaque é para as exposições da brasileira Laís Lima e do equatoriano Edgar Calel, em outubro. Beatriz conta ainda que em 2026, Inhotim completa 20 anos e terá programação especial.
‘E para o ano que vem, eu já não vou dar mais spoiler de nomes, mas o ano que vem são nossos 20 anos. Eu tinha cobrado há 20 anos e aí realmente nós estamos nos preparando para uma grande programação, tanto de exposições quanto de programas públicos. O Festival de Música também tem um trabalho bem bonito internamente sendo feito para os 20 anos de 2006’.
Inhotim é o maior museu a céu aberto do mundo e combina arte contemporânea, arquitetura e natureza em um espaço de aproximadamente 800 hectares que inclui jardins botânicos e exposições ao ar livre. O museu está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte, e pode ser visitado de quarta a sexta-feira, das 9 e meia da manhã às 4 e meia da tarde, e aos sábados, domingos e feriados, das 9 e mea da manhã às 5 e meia da tarde. A entrada custa 60 reais a inteira.