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Lira escolhe deputados pró-garimpo para comissão da Câmara sobre Yanomami

Foto: Lula Marques

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou na segunda-feira (13) a criação de uma comissão externa para acompanhar as autoridades competentes na investigação e apuração da crise humanitária enfrentada pelos indígenas Yanomami no Norte do Brasil. Dos 15 membros indicados para compor a comissão, 13 deputados são bolsonaristas e pró-garimpo.

Entre os membros designados estão figuras como Coronel Fernanda (PL-MT), Coronel Chrisóstomo (PL-RO), e Capitão Alberto Neto (PL-AM), todos com atuação contrária aos direitos indígenas. Confira a lista dos integrantes:

  • Coronel Fernanda (PL-MT) – Coordenadora;
  • Abilio Brunini (PL-MT);
  • Capitão Alberto Neto (PL-AM);
  • Coronel Assis (UNIÃO-MT);
  • Coronel Chrisóstomo (PL-RO);
  • Cristiane Lopes (UNIÃO-RO);
  • Dr. Fernando Máximo (UNIÃO-RO);
  • Gabriel Mota (REPUBLICANOS-RR);
  • Gisela Simona (UNIÃO-MT);
  • José Medeiros (PL-MT);
  • Lucio Mosquini (MDB-RO);
  • Nicoletti (UNIÃO-RR);
  • Pastor Diniz (UNIÃO-RR);
  • Silvia Cristina (PL-RO);
  • Silvia Waiãpi (PL-AP).

 

“É um escárnio que o presidente da Câmara Arthur Lira autorize a criação de uma comissão externa composta apenas por bolsonaristas para investigar a situação dos Yanomami!”, afirmou a deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), que apesar de ser uma deputada indígena, ficou de fora da comissão.

O garimpo ilegal é a principal causa da crise enfrentada pelos indígenas Yanomami, evidenciando uma série de impactos devastadores sobre a comunidade e o meio ambiente. A atividade clandestina, além de infringir as leis de proteção aos povos indígenas e ao meio ambiente, desencadeia uma série de consequências prejudiciais.

A utilização de mercúrio no processo de extração mineral é uma das práticas mais preocupantes. O mercúrio é liberado nos rios e córregos da região, contaminando não apenas a água, mas também os peixes e outros alimentos consumidos pelos Yanomami. Esta contaminação tem efeitos nocivos graves sobre a saúde dos indígenas, contribuindo para o surgimento de doenças e problemas de saúde.

Além disso, a extração ilegal destrói vastas áreas de floresta, causando um impacto ambiental significativo. As florestas são essenciais para a sobrevivência dos Yanomami, fornecendo recursos naturais, habitat para a fauna local e desempenhando um papel crucial na preservação da biodiversidade. A devastação das florestas ameaça não apenas o modo de vida tradicional dos indígenas, mas também o equilíbrio ecológico da região.

A Secretaria de Saúde Indígena revela um aumento alarmante nas mortes de indígenas Yanomami. Em 2023, foram registradas 363 mortes na Terra Indígena Yanomami, um aumento em relação aos 343 óbitos registrados no ano anterior. Apesar disso, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou recentemente que não houve negligência ou descaso por parte do governo federal em relação à crise.

Para lidar com a situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um decreto em fevereiro para criar a Casa de Governo no Estado de Roraima, com o objetivo de coordenar e monitorar presencialmente a execução do Plano de Desintrusão e de Enfrentamento da Crise Humanitária na Terra Indígena Yanomami.

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