Há mais de 3 dias, um incêndio atinge a Terra Indígena Canabrava, no Maranhão. Segundo os indígenas, os focos de incêndio se espalharam rapidamente e já destruíram uma plantação de mandioca, aproximando-se das aldeias.
A Terra Indígena Canabrava fica no município de Jenipapo dos Vieiras e ocupa também a área do município de Barra do Corda, às margens da BR-226. Há suspeitas de que o fogo possa ter começado pela rodovia.
Para a líder indígena Alceni Guajajara, a maior preocupação são os animais que já estão sendo atingidos pelo fogo.
“Ontem, deparamos com os animais sendo queimados. Tentamos combater o incêndio, mas não conseguimos. Os caciques vieram até a minha casa, dizendo que em suas aldeias o fogo já chegou e que vários animais já foram queimados. Essa situação não está nada fácil para nossa Aldeia Canabrava”, disse a líder indígena Alceni Guajajara.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), há cinco terras indígenas no Maranhão onde há focos de incêndios ativos, inclusive na região. Entre elas estão a Terra Indígena Bacuri, em Grajaú, e a Terra Indígena Canela, além do município de Fernando Falcão.
O g1 solicitou um posicionamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre a situação das terras indígenas, mas não tivemos respostas até a publicação desta reportagem.
MA registra 243 focos de incêndios nas últimas 48 horas
O Maranhão registrou nas últimas 48 horas, 243 focos de incêndio, segundo o programa queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Só em 2024, já foram registrados mais 10 mil focos de incêndio.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Maranhão (CBMMA), os municípios que concentram a maior quantidade de focos são Mirador, Carolina e Alto Parnaíba, locais com percentual de baixa umidade relativa do ar.
O Maranhão está sob um decreto que proíbe o uso do fogo para limpeza e manejo das áreas rurais para reduzir os focos de incêndio no estado durante o período de estiagem. O decreto vale até o dia 30 de novembro.