MANAUS (AM) – Entidades nacionais de pesquisa como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Caps) debatem, nesta semana, ampliação do acesso a pesquisadores indígenas em editais de pesquisa científica.
A professora doutora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Iraildes Caldas participa do 1º Encontro Internacional em Ciência Indígena e Justiça Climática, organizado pela União Plurinacional de Estudantes Indígenas (Upei), sediado em Brasília, como consultora para povos indígenas perante as duas instituições.
À AGÊNCIA CENARIUM, Iraildes Caldas explica que os recursos para pesquisa não alcançam os povos indígenas e quilombolas das regiões Norte e Nordeste e parcela do Centro-Oeste. Ela aponta que o CNPq, instituição que tem orçamento próprio para o fomento da pesquisa no País, age de forma linear com todas as regiões.
Segundo ela, ainda no primeiro Governo Lula, após a comunidade científica apontar essa desigual, se avançou na criação de uma conta regional. Contudo, não houve a consolidação de uma nota específica para grupo minoritários.
“Passou um tempo e no final do primeiro Governo Lula já veio uma cota um pouquinho destacado para o Norte e Nordeste. De modo geral, é uma cota regional. Quando falamos de povos indígenas, quilombola, negros e de mulheres, não temos temas para esses públicos nos editais”, explicou Iraildes Caldas.
A pesquisadora em Ciências Sociais afirma que o 1º Encontro Internacional em Ciência Indígena e Justiça Climática tem como objetivo coletar essas sugestões da comunidade científica. Ao fim das discussões, uma carta de intenções será entregue ao CNPq e à Capes.
Além do CNPq e Capes, ainda integram o encontro representantes do Ministério da Educação e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).