Há 200 anos, indígenas e quilombolas lutaram pela Independência do Brasil em cidades baianas, como Salvador. Hoje, 2 de Julho, eles seguem marcando presença na data, agora em comemoração.
O Cacique Babau Tupinambá veio com as filhas Mairy, de 12 anos, e Amanary, de 16. Essa é a primeira vez que as adolescentes participam do cortejo.
“É uma data muito importante que mostra como a cultura indígena é fundamental para o povo brasileiro”, afirmou o cacique.
A itaparicana Maria Eloisa Gonçalves, de 16 anos, já desfila no cortejo há nove anos. Ela destaca a importância da conterrânea Maria Felipa na luta pela independência.
A guerreira marisqueira e negra liderou tropas formadas por pessoas comuns, que nao tinham treinamento militar. Ela teve a capacidade de unir essas pessoas em prol do objetivo comum: a liberdade.
“Ela foi fundamental para a luta. Nós, de Itaparica, dizemos que temos o sangue de Maria Felipa”, afirmou.
No cortejo também tem espaço para fofura – em dose dupla – nas homenagens. Os gêmeos Rain Pedro e Iandra Luzia têm apenas um ano de idade, mas já participam da celebração histórica trajados de indígenas.
“É uma tradição da família”, diz a mãe, Joyce de Souza.
Ela, que antes vinha vestida das guerreiras da Independência, hoje passa o bastão para os filhos que, desde cedo, conhecerão a história da Bahia de perto.